sexta-feira, 13 de maio de 2011

A nomenclatura modifica o trabalho – Enterrar ou sepultar


Ao longo dos anos diversos nomes vêm se transformando, o que era carpim passou a meia, o que era guides virou tênis, o que era automóvel passou a ser carro, isso tudo na busca de melhor comunicar e expressar o que se quer dizer.

E no segmento fúnebre não deve ser diferente, deve haver a evolução dos termos, mesmo que não altere o sentido do ato, pois vejamos o que ocorre com o corpo sem vida após o velório é o sepultamento que pode ser de duas formas, o tradicional – no cemitério – e tambem o alternativo – como é considerada a cremação; mas se tratando de cemitério, as pessoas em geral e a mídia ainda chamam de enterro, o fulano vai ser enterrado, mesmo que o ato não envolva terra diretamente sobre a urna!!!

O termo enterrado vem dos primórdios, onde o cadáver era literalmente, colocado sob a terra, após ser cavado um buraco – cova, mas atualmente, esta situação pouco se utiliza, com exceção dos campos santos e cemitérios municipais, que nem deveriam estar em funcionamento frente às questões ambientais e possivel contaminação do meio ambiente.

Pois muito se evolui no mundo, mas no serviço fúnebre, principalmente nos nomes quase nada se modificou, continuam chamando os agentes funerários de papa-defuntos, e pior estes aceitam, assim como muitos ainda chama o cadáver de presunto ou até mesmo querosene, uma forma tão pejorativa quanto o nome dados aos profissionais da àrea, as urnas funerárias ou ataúdes ainda são chamados de caixão, o que nos remete a pensar numa caixa de tamanho grande, sem que seja remetida mentalmente a uma peça possível de se fazer a última homenagem a um ente querido.

Pois é chegado o momento de modificar esta realidade, nem aceitar o papa-defunto, nem chamar por apelidos pejorativos os falecidos.

Quanto a evolução entendo por bem, para minimizar o impacto ao se escutar o termo “enterrar” que para quem esta vivendo o momento da perda é muito duro, dá impressão que seu ente esta prestes a ser tratado como desejo, que se cobre com terra para que não importune os outros, o termo transforma o ato de despedida em algo menos cerimonioso do que realmente é.

Parece bobagem, pois estamos acostumados com o termo, mas para quem esta passando pela dor da perda faz diferença, mesmo que este use o termo, a missão do agente é justamente esta, de informar e ser suporte para a família neste momento, incluído até mesmo modificar tais questões semânticas.

O falecido não será enterrado, ele será sepultado, pois o que lhe espera é um sepulcro – câmara mortuária. Mesmo que se coloque terra sobre o local, como se faz nos cemitérios parques, mas a terra não esta em contato com a urna funerária.

Parece pouco, mas este tipo de mudança qualifica e diferencia muito uma empresa, a utilização de termos técnicos ao invés de palavras coloquiais demonstra preparação e capacidade profissional.

Voltaremos a tratar neste espaço do tema relacionado a termos técnicos.

Saúde e Paz



Paulo Coelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caro Leitor, sua opinião é fundamental para o aprimoramento do nosso blog, sinta-se a vontade para opinar, sugereir, questionar, criticar e até mesmo elogiar. Participe...contribua.