sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cuidando dos cuidadores


Mesmo sendo enfadonho o tema, por estar em todas as mídias, entendo ser relevante, mais uma vez tratarmos do tema neste espaço, a GRIPE H1N1 esta ativa e levando pessoas a óbito por decorrência de outras doenças, e isto é uma realidade e merece nossa atenção.
Alem deste manual de sintomas e que pelo percebido pode haver variações, vale termos alguns cuidados para que nossos colaboradores e colegas não estejam tão expostos ao contagio.
Lavar as mãos com sabão com freqüência e fazer assepsia com álcool gel, principalmente antes das refeições, fumar e beber.
O uso de mascaras é recomendado apenas para quem esta gripado, e nos casos de lidar com cadáver, muita atenção, a mascara comum, de TNT não garante a segurança, o ideal é a mascara com filtro biológico, mas na impossibilidade desta, utilizar a mascara tipo bico de papagaio que é revestida duplamente, procurar manusear o cadáver em ambiente arejado, cuidar muito ao trocá-lo de mesa e ao por na urna, devido ao movimento que possibilita a saída de ar dos pulmões ocasionando a expelição junto com o ar os agentes contaminantes da gripe.
No momento do descarte do EPI, cuidar para que não haja contato com a pele, estocá-lo em local arejado até que seja recolhido pelo serviço sanitário com destino dado ao lixo hospitalar e lavar as mãos e rosto após este procedimento.
Importante lembrar que todo resíduo proveniente de empresa funerária é considerado lixo hospitalar, desta forma não pode de forma alguma ser destinado ao recolhimento de lixo domestico, com base nas normas da ANVISA.
Empresa consciente cuida de seus colaboradores, funcionários que respeitam seu serviço e suas famílias cumprem as normas de segurança e utilizam Equipamento de Proteção Individual.
Mais informações acesse http://www.respostasgripesuina.com.br/
Saúde e Paz
Paulo Coelho

domingo, 19 de julho de 2009

Tanatopraxia

Alguns de forma equivocada acreditam que este procedimento é apenas o ato de injetar liquido conservante em artérias, retirando fluidos corpóreos por veias, aspirar cavidade torácica e abdominal e injetar liquido conservante nestas últimas citadas, mas isso é um grande engano.
O procedimento de Tanatopraxia é uma pratica que requer estudo do caso concreto a ser realizado, mas para tanto se faz necessário que o executor seja mais que um aplicador de líquidos, deve conhecer anatomia, biologia, ter noções de química, alem de conhecer minimamente procedimentos legislativos específicos ao trabalho realizado.
Se bem treinado até mesmo um primata poderia ser um pratico em Tanatopraxia, uma vez que criar acesso e encontrar artérias e veias é simples, controlar a entrada e saída de líquidos também, assim como a aspiração vendo meia dúzia de vezes é possível se executar, contudo estamos falando de um procedimento complexo, em um cadáver humano, que por erro em sua aplicação pode deformar a pessoa falecida, causando constrangimento para a família e um monstruoso processo para a empresa funerária.
Recentemente dois casos envolvendo a preparação de cadáveres chamaram a atenção do noticiário brasileiro nesta última semana, o primeiro foi fechamento de uma empresa nos EUA por ter cortado as pernas de um cadáver a fim de possibilitar que este entrasse na urna funerária, tendo em vista que este media mais de 2 metros de altura e a empresa não dispunha de urna adequada para tal fim. O outro caso ocorreu na Capital Gaucha, onde por pouco uma empresa não remeteu ao exterior um cadáver com drogas alojadas em seu intestino.
Este caso ocorreu por que o cadáver que estava chegando em Porto Alegre trazendo a droga do Paraguai faleceu por emorragia cerebral, fato que mesmo tendo sido encaminhado ao DML (Departamento Médico Legal), e submetido a necropsia não foi possível identificar a droga no intestino do falecido, tendo em vista que o legista buscava determinar a “causa mortis” tendo como principio o encaminhamento por parte do médico que o encaminha por causa determinada, desta forma seguindo o protocolo o exame é pontual pela causa apontada pelo médico clinico que tratou quando no Hospital.
Na empresa funerária foi localizada a droga para a surpresa geral, e o proprietário deu declaração para o jornal Zero Hora dizendo “ – Imagina se meus funcionários não encontram a droga e o caixão é levado para o aeroporto e lá acham as cápsulas? Quem iria se incomodar seria eu!
De fato ao localizar a droga no aeroporto ou outro local deveria haver muita incomodação para a empresa funerária, mas isso apenas porque os protocolos de translado internacional não estavam sendo respeitado e nisto vai um alerta a todos os envolvidos, quais sejam: ANVISA, Secretaria Estadual da Saúde, Secretaria Municipal da Saúde, Policia Civil e Policia Federal, Central de Atendimento Funerário de Porto Alegre e Comissão Municipal de Serviços Funerários, alem das normas de preenchimento de Ata médica que deve constar nesta: “evisceração total do cadáver” preenchida toda a da mesma maneira, ou seja, por computador, ou toda a Caneta e o principal a forma correta de execução do serviço, que deve ser da seguinte forma: evisceração total do cadáver com retirada total do sistema digestivo, iniciando-se na língua até o reto, com retirada de todos os órgãos além claro do cérebro.
Lembramos que para execução deste procedimento alem da autorização habitual para o procedimento, a empresa funerária deve também obter autorização especial para descarte do material retirado, remetendo para empresa especializada em coleta de lixo hospitalar.
Estas questões devem ser discutidas em cursos de Tanatopraxia, na parte da legalidade de procedimentos e documentos, tendo em vista que por falta de instrução a empresa pode ser penalizada.
Lembro-me de uma ocasião que estava enviando um cadáver para a Alemanha, ficando responsável também pelo envio das bagagens, o procedimento estava todo dentro do padrão e como foi executado seguindo todos os protocolos não havia o porquê se preocupar, ocorre que as malas estavam chaveadas e por não termos motivo para abri-las assim permaneceu até chegar ao aeroporto, quando o agente da Receita Federal ordenou que eu abri-se as malas, lembro do comentário, se houver qualquer coisa errada ai dentro é tua responsabilidade, ponderei que com o corpo eu sabia que estava tudo certo, mas quanto às malas, não sabia de nada... Ao iniciar a abertura, foi determinado que medicamentos fossem descartados, assim como perfumes e desodorantes, que foi colocado no lixo ali mesmo; na segunda mala das três que haviam, foi encontrado enrolado num em jornal um material em forma retangular de consistência dura, na cor branca... não preciso dizer que fiquei congelado... mas ao desembrulhar verificamos que se tratava de um quadro em gesso do Santa Ceia, o Agente ainda comentou, “ essa foi por pouco”, o falecido um senhor de quase 70 anos de idade, que viajava com um grupo de amigos, não levantava suspeita, mas se outros estivessem aproveitando para no meio de sua bagagem remeter algo para a Europa.
Bem a lição foi que sendo imprescindível este serviço de despacho de malas, o faríamos, mas com muita cautela, abrindo a mala na presença dos responsáveis e conferindo item por item a ser enviado, caso contrario não nos responsabilizaríamos por tal tarefa.
Lembro de outra situação onde uma grande empresa da Capital Gaucha mandou um cadáver para os EUA e por não terem executado o procedimento de forma correta, o gerente e o embalsamador ficaram proibidos de entrar naquele País, pelo que soube foi porque não retiraram o cérebro do cadáver, questão primaria, tendo em vista que todos sabem que este órgão é um dos primeiros a se decompor, desta forma o cadáver chegou sem condições de velório, o que logicamente nos remete mais uma vez as questões acadêmicas que devem ser melhores aplicadas ao se voltar dos cursos.
A execução destes procedimentos por práticos nos leva a este tipo de situação, não que ter um técnico nos garanta cem por cento de certeza que os procedimentos sejam eficazes, mas é muito mais provável que isso ocorra de forma correta por um técnico do que por um pratico como pudemos perceber no caso acima citado.
Se fossem utilizados os protocolos adequados, o máximo que ocorreria seria a empresa, deste caso relatado no jornal desta semana, mandar para incineração ou autoclavagem a droga que estaria no intestino do traficante, mas de nenhuma forma seria mandado de volta para o País de origem ou detectado pela Policia Federal, uma vez que não cabe a empresa funerária encontrar drogas em corpos, ainda mais que ao localizar pode pairar desconfiança da quantidade encontrada e quantidade informada.
Fica um alerta para as autoridades constituídas para verificar quem faz, que tipo de procedimento e de que forma estão fazendo, tendo em vista que trafego de cadáver pelo que foi noticiado no passado ocorre, e em busca de dinheiro “fácil” poderá alguma empresa com diretores inescrupulosos ou funcionários mal intencionados passar a utilizar os cadáveres como “mula”. Dentro desta situação uma velha sugestão para que o translado de cadáveres seja restrito a empresas da cidade do óbito, empresa da cidade onde será sepultado, ou empresa da cidade da liberação do cadáver, permanece latente.
Para quem não sabe desta situação relato rapidamente: Cadáver falecido em Viamão-RS, Necropsiado em Porto Alegre-RS, transladado autorizado para Erechim-RS, transportado por empresa de Canoas-RS, entregue a outra empresa em Passo Fundo-RS, interceptado na cidade de Jacarezinho–PR, com destino a Universidade do Litoral de São Paulo, fato importante, documentos de translado e certidão de óbito falsos, outro fato - cadáver que tenha falecido por causa suspeita ou violenta não pode ser doado para Universidade – Lei das doações de cadáveres para fins de estudo -, o familiar também era falso, e para terminar: foi dito que o cadáver estava sem o cérebro quando segunda necropsia realizada no Paraná.
As perguntas que ficam, para onde vai o nome da empresa funerária envolvida neste tipo de escândalo, e é isso que queremos para nosso segmento.
Treinamento e controle dos protocolos de execução dos serviços, isso faz com que seja possível minimizar os riscos que envolvam este trabalho tão importante, que é uma mistura de arte com ciência.
Saúde e Paz
Paulo Coelho

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Velório
















Fotos: Internet 09/07/09 abril.com
O velório é o ato de viagiar o corpo da pessoa falecida, tinha inicialmente a esperança que a pessoa acordasse se estivesse com distúrbio de catalepsia – onde o paciente tornasse imóvel com baixa nos sinais vitais aparentando morte – esperança muitas vezes criadas pela negação da morte, que esta dentro dos ciclos de elaboração do Luto. Desta forma os velórios passaram a se popularizar, alem da necessidade de se fazer algo com o falecido até que a urna funerária ficasse pronta e os preparativos no cemitério fossem alocados.
Atualmente o velório faz parte da vida das comunidades, apesar de estarem diminuindo consideravelmente o tempo de execução, principalmente no Brasil. Em países como nos EUA o velório pode demorar para iniciar mais de 24 horas em casos normais e ocorrerem por uma semana, durante o horário comercial de segunda a sexta feira, na Alemanha é comum velórios de até 14 dias.
No caso do velório do cantor Michael Jackson, o velório ocorreu em local especial, devido a sua importância para o mundo artístico. O ginásio Staples Center, foi especialmente preparado para receber a urna funerária do Astro, juntamente com inúmeras coroas de flores e arranjos, o cerimonial foi minuciosamente preparado para que fosse possível receber os convidados para a última homenagem de corpo presente ao ídolo. Mesmo com a urna funerária fechada, e com a dúvida se o corpo do cantor estaria ou não dentro dela, juntaram-se cerca de 8 mil pessoas que receberam o direito de entrar no ginásio para homenagear e ver o tributo a Michael Jackson.
Que maravilhosa homenagem foi feita ao Rei do Pop, claro que fazer show durante o velório é para pessoas muito especiais, mas a parte dos discursos, isso é possível para todos os velórios, quem não tem um amigo que lembre de uma história pitoresca, de companheirismo, de amizade, de gratidão, de generosidade, um filho que queira agradecer os valores morais e éticos recebidos dos pais, ou as alegrias proporcionadas por um filho que se vai; tenho convicção que havendo um planejamento, perguntas certas, é possível conseguir entre cinco e dez pessoas que queiram e possam falar durante o velório, tornando este mais confortante para a família.
A musica é outro ponto importante, uma vez que tranqüiliza e permite aliviar as tensões do ambiente, assim seja musica mecânica (cd) ou por instrumentos, é possível que se coloque a disposição da família durante determinado momento do velório.
Havendo tempo hábil, montar uma apresentação multimídia para que seja apresentada durante o ritual de despedida, também é uma possibilidade muito bem aceita.
Estes produtos e serviços devem ser planejados com antecedência, ou seja, contatar músicos que se disponham a tocar nestas ocasiões, ter roteiros diagramados de falas e questionários, para que os amigos e familiares que queriam falar saibam o que pode e o que não é aconselhavel, que deve ser algo sóbrio, uma vez que não se busca constranger ninguém e este ato é solene e de respeito tanto ao falecido quanto a família deste.

A prefeitura de Los Angeles informou que o custo com a montagem do aparato de segurança pública para o acontecimento apenas com horas extras dos policiais teria chego a U$1 milhão, pelas informações recebidas até o momento não houve nenhum incidente durante o velório.
Mas o que nos deixa de lição este acontecimento...
Primeiro que a morte dá tanto ou mais ibope quanto uma posse presidencial;
Independente de quem seja é um fato social importante para a comunidade, podendo ser maior ou menor com base na importância do personagem para a sociedade;
A família – pais, filhos, irmãos e cônjuge, alem dos amigos sempre buscam a melhor homenagem possível, independente da classe social;
O velório com urna fechada, pode causar certa angustia e dificuldade na elaboração do luto, uma vez que é importante ver o falecido na urna para iniciar o processo de aceitação do fato ocorrido;
Não ver o sepultamento igualmente dificulta esta questão de aceitação, uma vez que se perde a referencia para dirigir uma oração, deixar as flores;
A maior lição que obtive foi a certeza que estamos num segmento cheio de possibilidades mas se continuarmos a vender CAIXÃO não conseguiremos jamais garantir nossa permanecia neste mercado, seremos literalmente engolidos pelas grandes redes, tanto nacionais quanto internacionais ou por outros mercados e até mesmo rejeitados pelos nossos clientes que buscam sempre mais, mais qualidade, mais atenção, mais confiança, mais humanidade, mais inovação, mais opções.
A um produto não deve representar mais que 25% do faturamento de uma empresa que é prestadora de serviço, é necessário inovar sempre, nem todo dia falece um Pop Star, mas todo dia falecem pessoas que necessitam de produtos e serviços especializados, devemos estar prontos para suprir a necessidade deste cliente, mas para isso precisamos nos qualificar.
Voltaremos a este tema para tratar de cada tópico abordado.
Saúde e Paz
Paulo Coelho