domingo, 9 de maio de 2010

Microsseguro reune Seguradoras no Brasil e Nos EUA

Microsseguro e a não mobilização funerária


Conferência reúne em miami especialistas em microsseguros.

Fonte: Bradesco Seguros e Previdência - Data: 04.05.2010
Fonte: Paulo Coelho - Data 28.04.2010
Colaboração: Valdo Formollo

Desenhando canais de distribuição inovadores e escaláveis para o crescimento a longo prazo é o tema do MicroInsurance Summit 2010, conferência que irá reunir em Miami, nos Estados Unidos, nos dias 26, 27 e 28 de maio, os maiores especialistas do mercado segurador em todo o mundo, de olho nas oportunidades geradas pelo microsseguro. As inscrições podem ser feitas pela internet, no endereço www.microinsurance-miami.com. Na pauta dos dois primeiros dias, destinados às conferências, está o desenvolvimento e distribuição de produtos que visam atender às demandas da população de baixa renda, ampliando a presença do seguro na sociedade. Entre os palestrantes, destacam-se os brasileiros Eugenio Velasques e Rodolfo Francisco, ambos do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência. No último dia, serão realizados workshops interativos buscando ampliar os conhecimentos sobre os desafios do microsseguro em diferentes partes do mundo e por diferentes seguradoras globais. A Bradesco Seguros e Previdência, pelo seu histórico em seguros populares e em microsseguros, é a primeira e única empresa brasileira a fazer parte do Microinsurance Network.

Microinsurance Network - É uma Instituição formada por membros integrantes de Sociedades Provedoras de Seguros e Proteção Social, Profissionais de Seguradoras, Experts de Microsseguros, Doadores, Acadêmicos e Organizações Não Governamentais. A Instituição funciona como uma plataforma para compartilhar informações e coordenação das partes interessadas com o objetivo de promover o desenvolvimento e disseminação de produtos de seguros para pessoas de baixa renda.
Funciona através de interação de grupos de trabalho nas seguintes dimensões: Seguros Agrícolas, Capacitação, Tecnologia, Saúde, Impactos, Indicadores de Performance, Regulação, Supervisão e Política, Distribuição, Proteção Social e Educação para o Seguro e também através de reuniões e conferências anuais, como o principal evento de microsseguros no mundo (este ano será realizado, entre 9 e 11 de novembro, a Sexta Conferência Internacional de Microsseguros em Manila, Filipinas, e é patrocinada pela Fundação Munich Re), e pelo fórum permanente através da interenet.

É coordenada por um Comitê Executivo (7 membros) e uma Secretaria. O comitê é presidido pelo Sr. Graig Churchill, membro da Organização Mundial do Trabalho, a sede fica em Luxemburgo, e funciona desde 2002. O Sr. Graig Churchill é o editor da bíblia de microsseguros no mundo que se chama "Protecting the Poor"- "A Microinsurance Compendium", que aqui no Brasil foi editado pela FUNENSEG sob o título de Protegendo as Pessoas de Baixa Renda. Este livro é fruto do primeiro encontro desta Instituição que ocorreu em Genebra em março de 2002 com os seus 16 primeiros membros. Hoje conta com 145 membros.

A nossa inscrição foi aprovada na reunião dos grupos de trabalho, esta semana na reunião em Genebra, e deverá ser homologada na próxima reunião do Comitê Executivo que acontece em 12/02 em Paris. Caso aprovada a Bradesco Seguros e Previdência será a primeira empresa brasileira a ter um representante, nos grupos de Distribuição e Tecnologia, na mais importante Instituição deste segmento.

Ainda tem como parceiros natos, as seguintes instituições: Ministério das Relações Exteriores de Luxemburgo, Appui au Développement Autonome (ADA) - Especializada em Microfinanças e Organização Mundial do Trabalho.
_________________________________________________________________________
Já no Brasil mais precisamente em Porto Alegre no dia 28 de abril de 2010, na sede da FEDERASUL, através da promoção da CVG – Clube de Seguros de Vida e Benefícios, o Frances Jean-François Estienne, diretor da Proconsulting SARG para o Brasil, que tratou do mesmo tema com a visão de “Seguros populares Mundial e tendências no Brasil”.
O seguro popular nasceu a 150 anos passados nos EUA a custo de U$0,03 por semana, evoluindo muito desde lá.
O Frances com larga experiência no segmento de microsseguro e seguros populares, que trabalhou em diversos países, radicado no Rio de Janeiro, dividiu com a platéia de mais de 120 pessoas entre corretores de seguro, gerentes de corretoras, diretores de seguradoras, Plataformas de Atendimento e como consultor Funerário este que vos escreve.
Estienne, um entusiasta desta modalidade de seguro, acredita sobre tudo na qualidade do serviço, ou seja, na venda feita através da consultoria, não através da massificação como bolsa família ou forma semelhantes, acredita na conquista do cliente.
Os quatro países do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China - detem 40% da população mundial e representam apenas 3,28% do premio total arrecadado. Aponta que isso se dá pela falta de programas destinados a famílias e empresas de baixa renda.









 Click na tabela para ampliar


Para o especialista frances o problema não esta na demanda mas sim na oferta, cabendo ao mercado saber chegar neste cliente potencial.

Em pesquisa realizada por entidades de seguro, mostrou que a principal preocupação do brasileiro esta na garantia de saúde para doenças graves, o que mostra que o mercado deve pensar neste tema. Por analogia, se o pensamento é a doença podemos igualmente concluir que a morte é uma das prioridades, mesmo que intrinsecamente.

O Bradesco a maior rede de agencia do Brasil, esta investindo em cobrança de contas por telefone celular, modelo aplicado inicialmente em São Paulo, com sucesso.

O seguro popular e microsseguro em países como EUA e Japão são vendidos através de visitas porta a porta, por mulheres/mulheres, no Japão, como há no Brasil com o carne do Baú, e também o Avon e Natura.

A questão do valor do seguro popular ou microsseguro envolve cálculos muito precisos quanto mais baixo for o valor do premio, por questões básicas, não há margem para erros.

Jean-François aponta como o sistema mutuarista uma boa saída o seguro popular.

Países como Colômbia e Guatemala são muito forte no sistema popular de seguro.

No Rio Grande do Sul cerca de 15 empresas estão desenvolvendo projeto piloto nesta modalidade de seguro, onde o público alvo será as associações.

Algumas leis e normas que regulam o tema no Brasil.

                             267/2004 – pessoas – SUSEP

                            306/2004 – veículos – SUSEP

                           3266/2008 – microsseguro – PL federal



Por diversas vezes durante a paletra foi citado o SINAF, grupo fluminense de seguradora e funerária, como referencia em seguro funeral, como sendo empresa austera, que busca através da qualidade e venda através da consultoria um exemplo a ser seguido pelo setor funerário nacional, o que nos dá orgulho por ser uma empresa que nasceu como funerária e hoje é referencia tambem entre as seguradoras, parabéns ao Líder Pedro Bulcão e sua equipe.

Como já disse neste mesmo espaço o Microsseguro e o Seguro popular é um caminho sem volta. A maior preocupação que tenho neste sistema é que as pequenas empresas ficaram nas mãos de grandes grupos, sejam funerários ou seguradores.

Quanto a funerários preocupa a concorrência predatória e o aviltamento, através da reserva de mercado, sem a devida preocupação com a qualidade e a tradição do serviço.

Por parte das seguradoras minha preocupação esta na forma que estas atuam hoje, buscando lucro ao vender o produto, o que é justo, e lucro maior ainda ao indenizar o cliente, fazendo com que as empresas funerárias executem serviços sem qualidade, como se fosse serviço luxo, pagando através de plataformas de assistência 1/3 do valor devido, demonstrando total falta de respeito ao seu cliente. Projeto este tipo de atitude para dentro de sistema onde o valor do premio é baixo, com pagamento de indenização já escasso, quanto irão querer pagar, talvez somente com vigilância da SUSEP seja viável tal sistema funcional.

Neste momento nos cabe aprender, ficar atento e discutir os rumos desta nova modalidade de serviço que poderá ser benéfica para a população brasileira, mas poderá ser o divisor de águas do sistema funerário, onde o sucesso e o fracasso, estará ligado a atitudes proativas, onde o conhecer e buscar alternativas será o que definirá o futuro de suas empresas.

O que tenho sentindo é a falta de mobilização das empresas através de suas entidades de classe para discutir o tema e traçar metas, para buscar alternativas.

Saúde e Paz

Paulo Coelho

2 comentários:

  1. olá paulo coelho, tenho imensa adimiração pelo seu trabalho. gostaria que o setor funerario fosse mais unido e que agora mais do que nunca os diretores funerarios debatessem mais sobre um assunto tão grave que estamos diante. sou agente funeraio tanatopraxista e me preocupo muito com esta realidade que se aproxima. um forte abraço.

    ResponderExcluir
  2. Nenem, obrigado por suas palavras, tambem gostaria de ver mais uniao no segmento, tem uma forma de jogar que eh do ganha-ganha, mas infelizmente alguns ainda apostam no perde-perde, nao basta um ganhar para ser completo o outro tem que perder.
    Mas isso muda com pessoas igual a voce.
    Fraterno abraco

    ResponderExcluir

Caro Leitor, sua opinião é fundamental para o aprimoramento do nosso blog, sinta-se a vontade para opinar, sugereir, questionar, criticar e até mesmo elogiar. Participe...contribua.