sábado, 26 de abril de 2008

Mitologia e a origem do nome Tanatopraxia



Thanatos a origem mitoligica.
Thánatos é a figura da mitologia grega que representa a morte. Contudo, a sua origem é pouco conhecida, mesmo para os que estudam ou praticam a Tanatologia. Por isso, vale a pena fazer uma revisão desta interessante história mitológica.
No princípio, era o Caos. E Caos, em grego significa o abismo insondável. Mas o Caos não é um conceito exclusivo da mitologia grega. No livro do Gênesis lemos que “no principio a terra era informe e vazia e as trevas cobriam a face do abismo”. Era o Caos primordial. Na cosmogonia egípcia, o Caos é uma energia poderosa do mundo informe e não ordenado. Na tradição chinesa, o Caos é o espaço homogêneo, anterior à criação do mundo.
Do Caos grego, nascem Gaia (a terra), Tártaro ( as regiões mais profundas) e Eros (o amor). Mas também dele nasceram Érebro (as trevas subterrâneas), e Nix (a noite, as trevas superiores).
Gaia gerou Urano que a fecundava continuamente. Deles nasceram os 12 Titãs, entre eles Crono (o tempo), os Hecatonquiros e os 3 Ciclopes. Urano porém detestava seus filhos. Revoltado contra aquela situação, Crono castrou Urano, libertando a sua mãe. Mas também Crono não gostava de seus filhos e os devorava. Um de seus filhos, Zeus, conseguiu escapar e acabou por tomar o seu poder, tornando-se o pai dos deuses e dos homens.
De Nix, nascem Éter ( o céu superior, onde a luz é mais pura) e Hemera (o dia) . Mas ela também gerou Moro (o destino), Momo (o sarcasmo), Gueras (a velhice), Éris (a discórdia) e as Moiras (o destino), que são três: Cloto (a fiandeira do fio da vida), Láquesis (sorteadora dos que vão morrer) e Átropos (a que corta o fio da vida). Gerou ainda Nêmesis (a justiça distributiva), Queres (a destruição), Hipno (o sono) e Thánatos (a morte).
Thánatos teria o coração de ferro e as entranhas de bronze.
Ele teve de enfrentar duas grandes lutas, uma com Sísifo e outra com Héracles.
Sísifo era rei de Corinto e em sua luta contra Thánatos, conseguiu vence-lo e algemá-lo. Com Thánatos preso, já não morria mais ninguém e com isso o reino do Hades (dos mortos) foi empobrecendo. Vendo isso, Zeus interveio e libertou Thánatos. Vendo-se livre, a primeira pessoa a pegar foi o próprio Sísifo.
Contudo, antes de morrer o rei de Corinto pediu a sua esposa que não lhe fizesse as cerimônias fúnebres. Assim, quando chegou ao Hades não foi aceito pois não havia passado pelos rituais adequados. Conseguiu então uma autorização para voltar ao mundo dos vivos, alegando que desejava repreender a sua mulher por não ter realizado esses rituais. Na realidade, o que pretendia era continuar vivo por mais tempo.
Descoberta a sua trama, Thánatos voltou a buscá-lo e ele foi então punido pelos deuses. Seu castigo consistia em ter que rolar, penosamente, uma pesada pedra até o alto de uma montanha. Mas, sempre que chegava perto do cume, a pedra escapulia-lhe das mãos e rolava morro abaixo. E Sísifo tinha de começar tudo outra vez. Por toda a eternidade.
A outra luta de Thánatos foi contra Héracles que batalhou contra ele para libertar a rainha de Feres, Alceste, da morte.
Tendo vencido a luta, Alceste voltou para o seu marido, o rei Admeto, mais bela do que nunca.
Thánatos é o aspecto perecível e destruidor da vida e está presente em quase todos os ritos de passagem.
Toda iniciação passa por uma fase de morte, para se poder chegar a uma vida nova. Ele extirpa as forças negativas e liberta as energias espirituais.
Como sua mãe, Nix – a noite – e seu irmão Hipno – o sono – tem o poder de regenerar. Ele não é o fim, em si, mas sim uma passagem. A morte é a porta da vida. (mors ianua vitae)
Conhecendo esta complexa narrativa mitológica, podemos entender uma série de síndromes, complexos e situações que levam o nome de figuras desta história e que, por desconhecê-la ficamos a decorar nomes sem saber o seu exato significado.
A mitologia grega é, sem dúvida, uma importante contribuição para um conhecimento mais profundo da tanatologia
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