sexta-feira, 11 de março de 2011

O velho mundo e a tradição cemiterial

Agencia Efe

10/03/2011 às 17h06min - Atualizada em 10/03/2011 às 17h06min
Europa tem circuito turístico de 54 cemitérios em 18 países

Um total de 54 cemitérios europeus são, desde setembro passado, destinos turísticos oficiais do continente, espalhados por 18 países.

Por meio deles, é possível conhecer o patrimônio funerário e parte da história dos povos e cidades locais. A Rota dos Cemitérios, montada pelo Conselho Europeu em seu Programa de Circuitos Culturais, passa por Oslo, na Noruega, ilha de Cerdena, na Itália; Bucareste, na Romênia; até Porto, em Portugal.
A promotora do projeto foi a espanhola María Luisa de Yzaguirre, presidente da Associação de Cemitérios Significativos da Europa (ASCE). "Os cemitérios guardam os diferentes costumes e crenças dos povos e isso permite compreender muitos dos valores europeus", diz ela. "Devem ser considerados uma parte importante do patrimônio cultural europeu, do ponto de vista artístico, histórico e antropológico".

FAMOSOS
Entre os muros de todos estes cemitérios, há esculturas, sepulcros refindos, capelas, panteões monumentais, lápides e inscrições, fontes, histórias curiosas e, o que chama a atenção de muitos visitantes, tumbas de personagens famosos. Um exemplo é o Cemitério Católico, de Roma, mais conhecido como o "dos poetas e artistas", onde estão as tumbas do poeta inglês John Keats (1795-1821) ou a do fundador do Partido Comunista da Itália, Antonio Gramsci (1891-1937). O mais famoso de todos é o parisiense Père Lachaise, onde foram sepultados a cantora francesa Edith Piaf, o escritor irlandês Oscar Wilde, o compositor italiano Gioachino Rossini e o escritor francês Marcel Proust. Suas tumbas recebem milhares de visitas por ano.

A presidente da ASCE explica que os cemitérios surgiram na Europa após serem proibidos os enterros dentro das igrejas. "Houve uma época em que as pessoas queriam ser reconhecidas depois de sua morte, e foi quando se construíram grandes panteões com esculturas em sua homenagem", diz Yzaguirre.

No entanto, conta ela, "no início do século 20, o costume de se enterrar os mortos diminuiu muito, e agora é muito comum a cremação; as pessoas já não visitam os cemitérios como antes".

Não há como dizer que os cemitérios não fazem parte do acervo histórico de todas as cidades do mundo. No Brasil, não poderia ser diferente, como não é. Temos diversos cemitérios espalhados de norte a sul de nosso País que deveriam ser visitados por alunos, turistas, alem da comunidade em geral.

A riqueza destes locais é sem dúvida importantíssima para a preservação da história, dos valores culturais que formaram a população das localidades.

Saber como viviam, seus hábitos e costumes são possíveis estudar e conhecer, a partir dos cemitérios.

Mas aqui no Brasil, alem de não haver programa publico nacional de visitação a cirquito cemiteriais, ainda passa por total sucateamento destas unidades em todo país.

Os cemitérios municipais que são destratados, com raras exceções, passam por problemas que vão desde falta de manutenção, superlotação, violação de sepulturas, furtos de placas e metais, falta de segurança. Já os cemitérios privados, vem desenvolvendo a cada dia mais serviços a comunidade, com a limpeza e manutenção impecáveis, iluminação e segurança de primeira qualidade, capelas velatórias adequadas as necessidades da comunidade, transmissão de velório via internet, serviço de Buffet, dormitório aos familiares mais próximos, entre muitos outros serviços.


As taxas cobradas pelos cemitérios municipais não fazem frente aos custos deste locais, e a sociedade que utiliza os equipamentos, preferem a falta do serviço ao pagar valor adequado e ter equipamento em condições, ou seja, faz de conta que paga e o município faz de conta que entrega o serviço. Esta na ora de a municipalidade tomar frente a esta questão e cobrar taxa de manutenção adequada, taxa de serviço para sepultamento e de uso de Capela, locação de jazigo, que façam frente aos custos e permita o investimento na melhoria e inovações destes cemitérios.

Cemitérios como De La Recoleta – Buenos Aires, é um bom exemplo, como um dos mais importantes da América do Sul, onde através de uma associação dos amigos do cemitério, captam recursos para aplicar em melhorias locais, entregam aos visitantes em troca das contribuições folder, chaveiros, catalogo com fotos e histórico do cemitério. Posso dizer que a limpeza, manutenção das obras de arte estão em bom estado, este cemitério recebe anualmente mais de 1.000.000 de visitantes por ano, com contribuição média de U$5,00.

Espero que as autoridades se conscientizem desta necessidade e se entenderem que falta capacidade para gerir como deve tal negócio, que deleguem a quem possa fazê-lo, de forma adequada.

O certo é dizer que a preservação dos cemitérios, seja por doações, taxas, ou orçamento público, ou delegação, se faz necessário para que não se perca esta importante fonte de história da humanidade.

Saúde e Paz

 
Paulo Coelho

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