quarta-feira, 22 de setembro de 2010

A vida e suas transformações.

A vida dos homens é feita de transformações, desde o nascimento até o óbito e para isso existem ritos de passagens, que se bem organizados do ponto de vista emocional permite melhor aceitação destas fases.

Ao nascer passamos de um ambiente protegido, quente e acolhedor a um local frio, seco e quase sem o contato se comparado o que havia antes, no útero materno.

Logo em seguida inicia uma série de modificações onde as perdas são cada vez mais freqüentes, toda a atenção inicial diminui, o bico (chupeta), a mamadeira, gradativamente será substituída por copos e pratos, algo mais coletivo, estas perdas podem marcar se não bem elaboradas, assim como as responsabilidades que são impostas pela troca das fraudas por utilização do banheiro.

A socialização é algo muito importante e ocorre na fase seguinte, com o inicio do convívio social e a necessidade de se relacionar com pessoas estranhas, se levarmos em consideração que até então existiam apenas os familiares e todos dirigindo sua atenção ao bebê, esta nova situação pode ser traumática, dependendo da forma com que se conduz, tanto que o afastamento da mãe se dá de forma gradual, em casos de deixar a criança em creche ou escola há o período de adaptação, que pode levar de entre cinco e quinze dias. Esta adaptação tanto serve para a mãe quanto para o bebê.

Ao chegar a adolescência ou mesmo na pré-adolecencia o que alguns chamam de ABORRESCENCIA, é normal que os limites estejam mais próximos dos extremos, onde a vontade que querem validar é a dos filhos, as saídas com os amigos para cinema, aniversários e as mini-baladas, os trabalhos em grupos na escola, e nesta era da informática tem ainda as conversas intermináveis com as amigas e amigos pelas redes sociais.

Os quinze anos para as meninas e os dezoito para os meninos ainda marcam a passagem definitiva de criança a adolescência ou a entrada na vida social, muito mais no passado do que hoje, mas ainda há esta distinção, com o baile de debutante ou festa de quinze anos, que algumas vezes são trocadas por viagens a outros países e normalmente sozinhas, e o menino ganha o primeiro carro, o que lhe confere maior independência. Mas os limites e a forma com que o zelo são dispensados podem fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso deste jovem, que sem limites poderá perder preciosos anos de sua vida se não perder até mesmo a própria vida. Para os pais se acostumarem com a visão imortal do filho é demasiadamente difícil, e leva tempo para se acostumar.

Ao casarem já na outra etapa, há um nova apresentação do casal a sociedade onde se diz, aquele bebê que ao nascer e foi batizado e apresentado a sociedade, que depois foi apresentado como adolescente aos quinze ou dezoito e que estava disponível para futuro relacionamento, hoje esta formando uma nova família e em breve todo o ciclo reinicia, até chegar o momento da despedida e da perda inevitável, com a chegada da morte.

Mas o que podemos aprender com esta linha traçada sobre a vida...

Que somos perenes, que a mudança é real e inevitável, que os filhos irão crescer, evoluir, farão descobertas boas e más, que no caminho haverá perdas, algumas menos significantes outras mais, e que estas perdas devem ser tratadas com cuidado para que seja possível a boa elaboração e que esta não se transforme em patologia no futuro.

Cada pessoa reage de maneira diferente frente a situações semelhantes e isso há de ser respeitado.

Cabe aos pais e aos profissionais saberem identificar cada necessidade para melhor acolher seu protegido.

O acolher esta em se fazer presente de forma sincera no momento da necessidade e de forma atenta ouvir, não apenas com a faculdade auditiva, mas através da leitura dos sinais, do pedido de socorro, da manifestação de vontade gestual, mas para tanto é preciso ter sensibilidade, estar atento e querendo acolher, seja sua família seja seu cliente.

Muitas vezes se perde pessoas e clientes, pela falta de atenção que dispensamos a estes, assim um jovem se torna drogadito, pois seus pais não notam suas transformações e pedidos de socorro e também perdemos clientes por não entregar produtos e serviços que estes necessitam, não fazendo contatos posteriores ao atendimento.

A analogia do nascimento da criança é o cliente que entre na nossa “vida” empresa e que busca atenção, carinho, respeito e acolhimentos, já na adolescência ele busca pulso firme, informando quais são suas necessidades (Tanatopraxia), ao formar outra família espera que indiquemos o caminho correto, se pompas fúnebres, sepultamento tradicional, cremação, por não serem maduros suficientes ainda dependem que os indiquemos o caminho mais adequado.

Saber responder estas questões e permitir ainda que o jovem e o cliente escolham, pois ainda há o livre-arbítrio o que possibilita o crescimento que o fará mais forte e melhor pessoa ou consumidor.
Seja com cliente, seja com familiar, o que se deve fazer é mostrar o caminho, com didática adequada e acessível para o estagio de desenvolvimento que o outro se encontra, mas sempre permitindo espaço para o dialogo.

Transformar o adolescente em cidadão de bem e o cliente em fiel usuário de sua empresa é o sonho de consumo tanto dos pais quanto dos empresários, dos filhos renderá netos de bem, que será a nossa perpetuação na terra e dos clientes haverá mais negócios trazidos por este e que trarão outros mais e a organização crescerá e renderá bons frutos nos marcando no mercado como exemplar empresário o que também será uma forma de se perpetuar na terra.

Espero conseguir ser compreendido dentro deste artigo que trata tanto do desenvolvimento pessoal quanto empresarial.

Saúde e Paz



Paulo Coelho

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